Rita Lee já dizia na sua canção "Flagra":
No escurinho do cinema
Chupando drops de anis
longe de qualquer problema
perto de um FINAL FELIZ
(...) Mas de repente o filme pifou
e a turma todo logo vaiou
Acenderam as luzes, 'cruzes'!
Que flagra! Que flagra! Que flagra!
Não é mais possível que notícias como essa passem desapercebidas pelo mundo a fora. O New York Times exibe na primeira página de sua versão online o blackout no Brasil. Para ler clique aqui.
Foto: Felipe Dana/Associated PresO irônico da situação é que ela traz à luz os problemas que há muito o Brasil vem sofrendo. A escuridão dessa vez serve para iluminar. A questão da infra-estrutura no Brasil não pode mais ser tomado de forma leviana. Afinal, somos o país da Copa (2014) e das Olimpíadas (2016).
O problema vem à tona toda vez que chove, chova muito ou pouco. Se chove muito, as enchentes acabam com o trânsito já caótico das grandes cidades, destruindo estradas, causando estragos. Se chove pouco, falta água para gerar energia suficiente. O problema vem à tona toda vez que algo acontece, seja qual for o motivo.
Mais o real problema no Brasil é o deixar os problemas para amanhã. É o ignorar tudo que tem que ser resolvido no agora. Daí, o flagra no Brasil! Espera-se o estrago acontecer primeiro pra ver se vão ainda pensar em fazer algo ao respeito.
O filme que querem passar para o mundo agora, para os brasileiros que vivem no "escurinho do cinema", escondidos na escuridão cômoda da fantasia, adormecidos na ilusão, é a de um 'Brasil Inventado', aquele que avança, rumo ao primeiro mundo, e como a canção de Rita bem diz, que vive longe dos problemas, perto de um final feliz.
Mas quando o filme pifa e as luzes são acesas, ou no caso, apagadas, descobrimos realmente quem é quem. E aí, aí, realmente só nos resta dizer "Que flagra! Que flagra! Que flagra!"
Excelente artigo LatinWriter!
ReplyDeleteMesmo morando fora do Brasil por tanto tempo, você foi na raiz do problema: a questão da infraestrutura - estradas, portos, aeroportos (apagão aéreo), falta de ferrovias... Num país de dimensão coninental, como o nosso, a privatização acabou com a malha ferroviária (que já não era grande coisa)- não temos trens para passageiros. Nosso principal meio de transporte para 'cargas' é o rodoviário! Transporte fluvial, nem pensar.
Torçamos para que a escuridão em que foram mergulhados 18 Estados brasileiros 'clareie' a mente de nossos governantes! Investimento sério em infraestrutura é "preci necessário", além de ser fonte geradora de empregos.
Veluca tem toda razão!! Excelente artigo!!!
ReplyDeleteVocê ressaltou a contradição brasileira, onde a escuridão ilumina, o problema do presente é jogado para o futuro, a prevenção é remediada...
Um país que se contradiz na liberdade censurada, na democracia amiga de autoritarismo, no sindicalismo refinado, na cidade sede de olimpíada e palco de guerra...
Glaúcia e Vera, muito obrigada por visitar meu blog e dividir comigo suas opiniões!!!
ReplyDeleteO Brasil sabe fazer muito bem o marketing político, a propaganda, e agora finalmente usa esse conhecimento em prol da promoção do nosso país no exterior. Isso é fantástico!
Mas se não tivermos conteúdo, qualidade no compromentimento em melhorar nosso país, todo esse esforço será em vão.
Acredito que o resultado da próxima eleição irá demonstrar isso, pois não adianta tentar cobrir o sol com a peneira.
Tenho confiança pois a verdade um dia sempre aparece. Meu medo somente é que a verdade apareça tarde demais, e a nossa ineficiência como país, cada vez mais, fique evidenciada através de catástrofes com as que vemos hoje em dia.
A questão do apagão áreo, como bem nos lembra Veluca, faz parte da questão. Ele foi outro vexame internacional assim como foram as tragédias que em sua grande maioria são consequências da péssima administração aeroviária em nosso país.
Glau, adorei sua conclusão. Realmente, uma cidade que está em guerra, não deveria nunca ser sede olímpica!!!