Thursday, October 15, 2009

Perspectives: "Is Marina Silva a good deal?"

Perspectivas: "Seria Marina Silva um bom negócio para o Brasil?" Por Diego Casaes
Tradução: Simone Palma

Para ler o artigo original em inglês, clique aqui.


"SIM 'NÓIS' PODE!" Esta figura foi feita pelo blogueiro brasileiro Mario Amaya.

A senadora brasileira Marina Silva é uma figura bem conhecida na política internacional no que diz respeito à proteção ambiental. Nascida em um estado pobre do Brasil, o Acre, que abriga a Floresta Amazônica, foi ministra do Ambiente no Brasil entre 2003-2008, durante a presidência de Lula, quando ela ajudou a reduzir o desmatamento em 60%. No entanto, ela pediu demissão após uma série de eventos e dificuldades na agenda ambiental do governo.

Marina Silva tem o apoio considerável de ambientalistas no Brasil e no mundo. Atualmente, não há muita discussão sobre o fato que ela possa vir a concorrer à Presidência no maior país da América do Sul, nas eleições de 2010. Quando comparada com outros candidatos e políticos, no entanto, ela carece de uma forte liderança, mas está lentamente ganhando popularidade à medida que os brasileiros se tornam mais familiarizados com seu discurso sobre o meio ambiente.

Marina Silva era uma grande amiga do seringueiro Chico Mendes, assassinado em 1988 por causa de sua oposição aos fazendeiros que queriam criar campos de terra aberta para o gado na Floresta Amazônica. Marina amplificou a luta daqueles que lutam pela preservação da floresta, tanto no Senado como na comunidade internacional.

Seu trabalho incansável como ativista na luta contra o desmatamento e para a "justiça ambiental" da população que vive na floresta lhe rendeu o Prêmio Goldman de Meio Ambiente em 1996, e o
UNEP em 2007 (United Nations Environment Programme) Champions of the Earth Awards. Ela está entre os heróis do Meio Ambiente da revista Time em 2008, juntamente com outros ativistas incansáveis e políticos de renome de várias nações. Em junho passado, ela recebeu o Prêmio Sophie, e foi também recentemente galardoada com prêmio da Fundação do Príncipe Albert II de Mônaco. Ela representa a posição sobre o meio-ambiente que a comunidade mundial espera do Brasil.

Política em qualquer lugar do mundo é um tema controverso. Quando se trata de proteção ambiental, no entanto, há muito mais debate já que o investimento para a energia verde ainda é bastante caro, principalmente para países em desenvolvimento. No Brasil, as ações do governo para encontrar uma solução para a questão do desmatamento, que é sempre controverso, carece de eficácia. Tenho bastante confiança que os temas de “justiça climática" ou "justiça ambiental” estarão muito presentes na eleição do próximo ano no Brasil.

Embora viva no nordeste do país, eu estou bem ciente dos problemas enfrentados pelos indígenas e os cidadãos das cidades da Amazônia e aldeias no norte do país. Além do empobrecimento do solo e o desmatamento para o gado, a condição dessas pessoas é absolutamente inacreditável. Marina Silva esteve uma vez entre essas pessoas e vivia em estado de miséria. Muitos vivem em condições muito difíceis, enquanto as indústrias de agricultores se beneficiam do gado e desmatamento e estrangeiros são instalados nessas áreas. Alem disso, há o perigo associado em cobrir histórias de justiça ambiental. Para obter mais informações sobre este tema em uma escala global, sugiro que você leia este recente relatório da RSF (Repórteres sem Fronteiras) na parte de notícias do CPJ.

Quando Marina (em português) recebeu o prêmio da fundação do Príncipe Albert II de Mônaco, ela fez um discurso criticando as políticas do atual governo brasileiro em relação ao meio ambiente. Simples, como de costume, ela também concordou com a posição do Greenpeace e proposta de 0% no desmatamento das florestas tropicais do Brasil, e acrescentou:

O Brasil está contribuindo com a sua matriz energética renovável, com a produção de bio-combustíveis e os recentes avanços na luta contra o desmatamento da Amazônia. Mas ele ainda pode fazer muito mais. O país precisa assumir metas globais para reduzir as suas emissões de CO2 e contribuir para outras nações em desenvolvimento a fazer a mesma coisa.

Concordo com ela: muito mais pode ser feito. Talvez agora seja o momento para os brasileiros se importarem com os outros e seus concidadãos, no norte. Dando continuidade ao trabalho de Lula, Marina traz a esperança de consolidar a igualdade social no Brasil, mas adiciona o desenvolvimento sustentável como o principal tema de sua candidatura. Até onde eu posso ver, além da preservação florestal, ela tem a intenção de tentar promover um estilo de vida diferente para quem vive nas grandes cidades. Não tenho certeza se ela será bem sucedida neste ponto, não por causa de sua popularidade frágil, mas por causa de alguns brasileiros que olham com desdém os que vêm de estados do norte, mais isso é alimento para o pensamento e assunto para outro post.

As palavras são muito poderosas na política. E embora o presidente Lula e sua candidata, a Chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, são muito populares, Marina, também, tem uma história de pobreza e analfabetismo e venceu ambos os desafios para se tornar uma senadora e premiada ambientalista. O apelo social pela sua história de vida e conseqüente sucesso apoiará sua candidatura, a trazerá mais perto das pessoas e as incentivará a votar a favor dela. Além disso, as discussões sobre as alterações climáticas estão crescendo nas cidades e o insulto de viverem em cidades poluídas está fazendo com que as pessoas mudem suas perspectivas em relação os políticos que atualmente estão no poder.

Se eu pudesse imaginar um cenário onde a Marina fosse eleita presidente, eu diria que o Brasil teria mais objetivos sérios em relação ao fim do desmatamento. Nós estaríamos usando os recursos do petróleo descoberto recentemente no pré-sal para financiar a área de estudos e desenvolvimento de outras fontes de energia verde. As empresas privadas e a Petrobrás estariam sob regras estritas de proteção ambiental. Como muitas pessoas estão dizendo, a economia não pode estar separada do ambiente. Podemos ser capazes de enriquecer o país com esses recursos, mas deve-se usá-los cuidadosamente.

Somos uma nação de abundância natural e se queremos continuar a ser esta nação, orgulho de nossa belas paisagens, florestas e animais, das praias e da população, temos que pensar o que estamos fazendo com esses recursos e seu impacto sobre a população. Os políticos precisam ter em mente que as políticas ambientais não são unicamente para a preservação, mas também para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Pessoalmente, penso que a eleição de 2010 será decisiva para o futuro dos recursos naturais no Brasil. Os outros candidatos estão muito mais preocupados com o desenvolvimento econômico e dando concessões aos agricultores para transformar as florestas em paisagens em prol do progresso. Apesar de seus discursos dizem o que os ambientalistas querem ouvir, não são verdadeiros. O aspecto diferente de Marina é que ela tem a experiência pessoal e os ideais do desenvolvimento sustentável. Embora alianças políticas sejam necessárias para construir uma coalizão no governo e sua ética pessoal seja posta em perigo com isso, eu ainda acredito que Marina Silva, será um bom investimento para o futuro do Brasil.

Bookmark and Share

No comments:

Post a Comment