Friday, September 18, 2009

The Bachelet model in Latin America.

O modelo Bachelet na América Latina.

No artigo "A politician on top of her game" a revista The Economist pinta um retrato rápido da presidente latino-americana Michelle Bachelet.

Vejam a foto:


Assim como na foto, a matéria é bastante positiva. Afinal, a revista ilustra a presidente do Chile como uma vencedora, descrevendo-a como um verdadeiro exemplo para América Latina.

Desde o começo faz-se referência à liderança e inovação de Bachelet.
"...she was the first woman to be elected to the top job in a Latin American country who was not the widow of an illustrious husband. (...) Her first cabinet was selected according to gender as much as party: half its members were women, several were independents and only two had previous ministerial experience."
Ou seja, o artigo descreve o fato de Bachelet ter sido a primeira mulher eleita a um cargo desse porte em país latino-americano -- não viúva de marido ilustre. Além disso, explica que em seu cabinete a metade de seus membros são mulheres, com vários independentes e somente dois destes com experiência anterior.

A revista não mede elogios "She has evolved into one of the most formidable political leaders in Latin America.", diz The Economist. Assim, "ela tem se tornado um dos líderes mais formidavéis na América Latina", na visão da revista.

Não é a toa que o título do artigo é "A politician on top of her game". Eles consideram Bachelet uma política acima da média, uma ganhadora. Ou, em uma tradução mais literal, uma política acima do jogo.

Mas o artigo faz menção também aos obstáculos da presidente no começo de seu mandato, como o fiasco do novo sistema de transporte da capital chilena, o Transantiago, e da dificuldade de seu governo em melhorar o sistema educacional. Apesar disto, a matéria dá enfásis ao seus programas e conquistas. E dá as últimas pinceladas, encerrando em chave de ouro, ao comparar a estratégia de Bachelet com a de outros países da América Latina.

Confiram:
"It will take time and study before it is clear whether these programmes work. Certainly, it was a while before they made their mark in Chile—“a crèche isn’t sexy,” says Ms Bachelet. But it adds up to one of the most far-reaching attempts to combine economic growth and a welfare state in Latin America. That is a tacit critique of Hugo Chávez’s contention that only his revolution can tackle inequality in the region. And it suggests that Ms Bachelet’s political career is far from over."
Tradução:

"Levará algum tempo e estudo antes que esteja claro se estes programas irão funcionar. Certamente, demorou um tempo antes que fizesse sua marca no Chile, ao referir-se ao programa "uma creche não é sexy ", como disse Bachelet. Mas acrescenta-se a uma das tentativas de maior alcance ao tentar combinar o crescimento económico com um estado de bem-estar na América Latina. Essa é uma crítica tácita à contenção de Hugo Chávez de que só a sua revolução pode combater a desigualdade na região. E sugere que a carreira política de Bachelet está longe de se acabar".

E a pergunta do dia é: Poderá o Brasil seguir o exemplo de Bachelet?


Fonte: The Economist. Todos os direitos reservados. "A politician in top of her game" (Foto: Reuters); Tradução: Simone Palma.

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2 comments:

  1. Acho que seria uma boa. Poder, poderia. E seria ótimo. O problema é o Brasil mesmo, não tem jeito. Aqui no Brasil, só será eleita se for uma mulher inescrupulosa, cheia de manobras eleitoreiras, tenha 2 caras e seja mulher de 2 palavras. De preferência que aposte em programas que sustentem vagabundos eternamente ao invés de ser um auxílio temporário aliado a um bom programa de capacitação profissional.
    Se for decente não dá. Aqui no Brasil, isso não ganha eleição.

    Falando sério, o problema do Brasil é cultural, está na forma como as pessoas enxergam política, o futuro, a definição de moral (que pro brasileiro é muito relativa pro meu gosto), a forma de agir de cada um. Tivemos várias chances de dar certo, e com certeza teremos mais. Porém não é "vantagem" pessoal pra ninguém.

    Bjo!

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  2. Camila, obrigada pelo 'comment'!

    Acho que você acertou na mosca quando falou sobre a questão cultural. Porém, vale entender que cultura não é algo intrínseco, ela não nasce com o indivíduo, ela é um conjunto de comportamentos e estes são aprendidos.

    Cabe a nós brasileiros aceitar ou rejeitar certas atitudes por mais enraigadas que estas pareçam estar. Somos famosos por achar um jeitinho em tudo, o jeitinho pode ser positivo também. ;-)

    A Educação é um caminho. No Chile, apesar de hoje o nível educacional ser menor ao desejado, houve uma política de alfabetização que fez deste país um dos mais educados. O resultado está aí.

    Espero vê-la por aqui mais vezes. E mais uma vez, obrigada pela valioso comentário!

    Um grande abraço,
    LatinWriter

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