Sunday, August 1, 2010

Censura no Brasil: mera assombração?

O artigo abaixo escrito por Danusa Leão descreve bem a questão de liberdade de expressão no Brasil. Na sua leve e bem humorada "E pode, ligeiramente grávida?" ela fala de um tema nada liviano para a nossa democracia.

Afinal de contas, a liberdade de imprensa é uma daquelas coisas que não são fundamentais para uma sociedade livre. A revista Carta Capital com seu artigo "Censura: um fantasma apenas - Por que a liberdade de imprensa não está sob risco no Brasil" que traz detalhes importantes sobre o estado atual da imprensa no país APENAS ignora um ponto crucial na questão. E é esse ponto que realmente a jornalista trata tão simpáticamente na sua análise, nada simpática ao governo Lula. Ela diz, " A censura está voltando e é como gravidez: nenhuma mulher pode estar mais ou menos grávida".

Nesse sentido, realmente "a censura no país não é apenas "um fantasma", é?

Detalhe, hoje faz um ano (366 dias, para ser mais exato) que o jornal o Estado de São Paulo sofre censura. Ele destaca isso na primeira página da versão online de seu jornal.



"E pode, ligeiramente grávida?"
Por Danuza Leão - Folha de São Paulo

"QUER DIZER QUE não se pode mais brincar com a figura dos candidatos? Não entendi bem: os programas humorísticos de rádio e televisão não podem, mas a imprensa escrita pode, ou também não pode?

Mesmo aos que escrevem coisas sempre sérias acontece, um dia, de soltar sua veia humorística; a franga, como se diz. Uma frase, uma palavra, qualquer coisa que tenha ocorrido e que dê vontade de fazer uma brincadeira, mesmo sem dizer os nomes.

Mas gostaria de saber, por exemplo: se eu disser que uma determinada candidata faz parte da tribo dos bichos-grilo, posso ir presa? E se escrever que um dos candidatos tem as olheiras mais sexy do país, irei para o tribunal, algemada? E se disser que uma outra candidata parece um sargentão autoritário, daqueles que dão medo, será que tenho que pedir asilo em alguma embaixada?

A censura está voltando, gente, e censura é como gravidez: nenhuma mulher pode estar mais ou menos grávida. Ou está, ou não está. Com a censura, é igual: ela existe, ou não. Que saudades dos tempos em que o Brasil era uma democracia.

Daqui a pouco vão dizer o que devemos e podemos comer, para ter uma vida saudável, e nunca terá havido, no mundo, um país com hábitos alimentares tão perfeitos. Lula tem certeza de ser Deus, e acha que, olhando nos olhos, pode mudar o universo. Se ele não fingisse que ignora os escândalos que acontecem em seu governo, já estaria mais do que bom, mas vamos nos preparando para dar ótimas risadas depois das eleições, com o "Casseta & Planeta", "Pânico na TV" e "CQC"; eles não vão deixar barato, a não ser que o humor seja definitivamente proibido no país - o que não é impossível, dependendo do resultado da eleição. Lula não sabe perder, e foi um papelão não ter ido ao encerramento da Copa. Se o Brasil tivesse ganho, seria ele o grande vencedor, e não quero nem pensar no que íamos ter que aturar.

Por falar em futebol, é claro que deve haver ordem dentro de um estádio, mas não adianta fazer leis para regulamentar as torcidas, se não houver quem as faça serem cumpridas. Vai ser assim: se houver um tumulto a menos de 5 km do estádio, é crime, mas um tumulto a 8 km, tudo bem.

Estão se metendo demais em nossas vidas; devagarzinho, de mansinho, vamos acabar monitorados, dentro de nossas próprias casas. Nem uma palmadinha se pode dar -sob as penas da lei. E fala sério: entre uma palmadinha no bum-bum, um lugar onde praticamente não se sente dor, e uma palavra raivosa ou um tapa, na hora da raiva, há uma enorme diferença.

O Brasil corre o risco de se transformar em um imenso Big Brother, com câmeras de TV em cada cômodo de cada casa, espionando a relação entre pais e filhos -e eu acho que já ouvi falar disso. Não teria sido no livro "1984"?

Se ainda estivesse na moda, seria o caso de fazer uma sonoterapia até o dia da eleição, para ignorar os desrespeitos que estão sendo feitos à legislação eleitoral, sem que nada aconteça. Os exemplos de falta de ética que estão sendo dados ao país vão durar por muitos e muitos anos, pois se o presidente faz, por que razão um garoto não vai poder fazer igual?
Esse é o pior legado que um governo pode deixar; e é o que a era Lula vai deixar.

Oito anos é muito tempo."

Monday, January 18, 2010

An Inconvenient Truth: an honest approach to politics in Latin America

Uma verdade incoveniente: uma visão honesta sobre a política na América Latina.

Já ouviram falar desse documentário, "Uma Verdade Inconveniente"? Pois é, ajudou a propagar a ideia que o aquecimento global é uma ameaça real. Tanto mudou nossas percepções que hoje em dia nossa consciência "verde" em grande parte se deve ao esforço deste filme.


É óbvio, no entanto, que houveram exageros no filme. A verdade em sí, é relativa. Há muitas coisas alí descritas que são impossíveis de medir. Mas na dúvida, e com o excesso de evidência do perigo de continuarmos no caminho à auto-destruição, achamos melhor prestar atenção.

Assim como este filme, que representa uma conscientização global de um problema que concerne a todos nós, há também a conscientização daqueles que não acreditam nos efeitos da contaminação e papel do homem sobre a natureza. Vários argumentam sem razão, mas há vários que conseguem ser lúcidos em alguns pontos. Principalmente aqueles que questionam iniciativas renováveis que são inúteis.

Na política, principalmente a latino-americana, não é diferente. Percebemos há muito tempo que há um problema grave e auto-destructor. A pobreza era uma ameaça à democracia. Houve, nos últimos anos, uma conscientização que levou as pessoas a votar por um sistema mais humanitário, mais social. Uma virada à esquerda.

Porém, e como no caso do aquecimento global, há alguns fanáticos, os de direita, que se negam de qualquer maneira a ver a verdade. Mas há vários entre estes, principalmente os de "esquerda" que se dizem a favor de mudanças mas nada fazem. Se aproveitam para faturar em cima de temas tão importantes, se dizem preocupados com a pobreza, mas continuam a contribuir para que a desigualdade nunca acabe. É a cultura dos "renováveis", o "verde", mais que na verdade, não passa mais de que propaganda e se torna mais uma forma de gerar lucros.

Então, me pergunto. Com uma "esquerda" oportunista e até perigosa, como a vista na América Latina de hoje, que se aproveita desta verdade, para faturar e que atúa como direita, e com essa direita que faz de tudo em negar a auto-destruição, quem será que ganha? O planeta e nossas vidas continuam aguardando mais uma catástrofe, como a do Haiti, acontecer, mais uma vez.

Até quando, iremos ignorar, ser indiferentes e continuar com essa guerrinha inútil de "direita" contra "esquerda"? Usando até de tragédias como a do Haiti para justificar horrorosas acusaçóes políticas? É inconveniente ver a dor alheia e ter que fazer algo por ela. É também inconveniente, ver somente o lado podre de cada lado e muito mais inconveniente é deixar de lutar para melhorar o problema maior em nosso continente: a injustiça social.

Encontrar solução não é uma tarefa fácil, mas não é simplesmente dando de comer e beber aos pobres que iremos ajudar. Assim como no Haiti, onde algo deve ser feito para que suprir essas necessidades básicas primeiro, algo em concreto deve ser feito, não só pelo governo, mas pelas comunidades para melhorar de vez a situação no país.

O use de pílulas anti-concepcionais, principalmente em áreas mais pobres, nas favelas, educação em todos os sentidos e mudança no comportamento das elites em relação às camadas mais humildes é parte da solução. Enquanto isso não acontecer, a corrupção que invade nossos países continuará a existir, a violência e o desemprego também. E o pior, a impunidade também.

Nem mesmo o Chile, um dos países mais bem posicionados na América Latina, se escapa deste grande mal. É uma verdade inconveniente sim, mas devemos começar parando de ver as coisas com dois lados e começar a fazer algo concreto, com ou sem ajuda do governo.

Apoiar atitudes como a de Boris Casoy que recentemente demostrou preconceito contra garis em nada contribue. Apoiar preconceito contra o mesmo, pior ainda. Todos erramos, mas nada justifica a atitude que teve. De fato, é por conta dela, e dela somente que a direita da elite é o que é, e a esquerda continua enganando o povo mais simples hoje. Pensem nisso.

Se Martin Luther King existisse hoje sua mensagem continuaria a mesma: "A pergunta mais persistente e urgente que a vida nos faz é: o que você faz pelos outros?" Pois afinal de contas, como ele mesmo disse, "Injustiça em qualquer lugar, é uma ameaça a justiça em todo lugar" E esta sim, é a "verdade inconveniente"que assola nossa América Latina e mundo.


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Sunday, January 17, 2010

MLK Day: Reflections on Haiti and our reactions to the tragedy

Dia de Martin Luther King: Reflexões sobre o Haiti e nossas reações à tragédia

Me contive em falar sobre a desgraça no Haiti aqui no blog por vários motivos. Preferi emitir meus comentários pelo Twitter nos últimos dias. Confesso que mesmo alí, cometi o erro vários vezes de "falar" com a emoção e nem sempre essa é uma boa ideia. Decidi esperar. Mas de nada serve, continuo a sentir a mesma indignação e a mesma reação que tive no começo. Pra mim esta tragédia é mais grave pelo descaso humano, que pelo resultado da própria natureza.

A tragédia em Angra, causada pelas chuvas fortes, no primeiro dia do ano, e logo após as enchentes que deixaram vários sem lar em São Paulo e outras regiões pelo Brasil afora, também me chocaram. Mas nada como o que vi, nem mesmo em Katrina, se compara ao nível de devastação visto no Haiti. É uma tragédia de proporções infinitamente maiores.

No entanto, e apesar de que tragédias são todas iguais na sua natureza, seja pessoal ou coletiva, pois implica uma dor, sofrimento fora do comum, geralmente associado com a morte, seria impossível qualificar a tragédia do Haiti como mais uma tragédia. Não é.

Há vários assuntos que gostaria de tocar aqui. Pra falar a verdade, não sei bem por onde começar. Mas acho que entender isso já é um bom começo. Como comparar a destruição total de um país à de uma família, um bairro, ou até uma cidade apenas? Porto Príncipe foi a área mais afetada, mais é quase impossível qualificar o efeito que esta tragédia toda terá no país inteiro, na região e até no mundo.

Foto do AP. Destruição do Palácio do Haiti.

A questão não é comparar dores, mas pense bem 70,000 (que foi a última estatística que vi sobre o número de mortos) 100,000... 200,000 ou qualquer outro número é gente demais, não é? E os milhões que ficaram sem lar juntos aos milhares que estão feridos e que ainda hão de morrer por descaso? Um país que já tinha infra-estrutura frágil e ineficiente, agora completamente sem nada.

Sem liderança, sem governo, sem polícia, sem hospitais, sem escolas, sem NADA!

E o horror de ver pessoas enterradas vivas? Em ver pessoas morrerem após serem resgatadas por falta apenas de atendimento médico? Incrível ver a incapacidade de brasileiros em perceber este problema e chamá-lo como tal. Não me refiro a todos, claro, mas vi vários tentar usar a tragédia com Haiti como desculpa para discutir problemas político e se manifestar somente em relação à morte de quem rápidamente elevam a status de "santa", me refiro à Zilda Arns. Como se a vida dela fosse mais importante de que a morte de milhares de pessoas.

Sim, ela foi uma pessoa de vida admirável, uma alma de luz, que se dedicou a ajudar outros. Porém, cabe a todos nós pensar exatamente porque nós não paramos para pensar no sofrimento alheio no dia-a-dia, como ela fazia. Qualquer tragédia, aquela de uma garoto abandonado em um orfanato, doente de AIDS, carente de carinho ou aquela outra de garotos de 8 a 11 anos cheirando craque nas ruas de São Paulo, roubando para poder sobreviver. Essas tragédias são todas partes do cotidiano de nosso país, não são? Eu sei disso, morei no Brasil.

Claro, que graças a jornalistas como Gustavo Chacra, que escreve para o Estadão (Blog De Beirut a Nova York) ou repórteres como Rodrigo Alvarez, correspondente da Globo em Nova York, que se encontram no Haiti, podemos ver realmente a magnitude desta tragédia.

(Vejam aqui a matéria excelente, e na íntegra, de Rodrigo no Haiti)




Pena que não todos os brasileiros pensem igual, não é? É uma vergonha que usem tamanha atrocidade para discutir questões políticas. Me parece que esta não é nem a hora nem o lugar e que ao invés de questionarem motivaçõs políticas, deveriam questionar a religião, a falta de humanidade da mesma e de sí mesmos ao deixar essas pequenas tragédias diárias ocorrerem.

Afinal, tragédias acontecem todos os dias e ao escolhemos ser indiferente a elas até quando não há outra opção. Até quando algo desta magnitude acontece. Isso não deveria acontecer.

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A strong race for Chile's presidency.

Um corrida acirrada pela presidência no Chile.

As eleições do Chile hoje, marcam uma corrida disputada pelo primeiro lugar. A grande pergunta é, portanto, quem será o grande vencedor deste segundo turno?

Foto: BBC Brasil. Todos os direitos reservados

De um lado temos o candidato da Concertação: Eduardo Frei, um ex-presidente (1994-2000) cujo partido está no poder há 20 anos; desde 1990 quando o país saiu da ditadura do General Augusto Pinochet. Seu partido de centro-esquerda, é o principal motivo de insatisfação dos chilenos que reclamam que seus membros usurpem privilégios há anos, ajudando a manter o status-quo e a desigualdade política no país.

De outro, temos o candidato da direita: Sebastián Piñera, empresário muito bem sucedido, que perdeu a eleição de 2006 para a presidenta atual do Chile, Michelle Bachelet. Um homem de negócios, que conta com apoio das classes mais ricas, este candidato aparece agora como a única opção viável de mudança na estrutura política do país. Porém, sua associação com Pinochet no passado parece ser um dos grandes empecilhos, uma grande pedra em seu sapato, na sua caminhada rumo ao poder no Chile.

Piñera obteve 44% no primeiro turno, dia 13 de dezembro. Já Frei ganhou 29.6%. Uma recente pesquisa revela que a diferença neste segundo turno, no entanto, é de aproximadamente 2%, considerando a margem de erro de 3%. Piñera teria 50.9 e Frei 49.1 por cento, de acordo com artigo de hoje da Reuters.

O clima é de otimismo para os dois candidatos no Chile. O candidato Frei está confiante e já se declara ganhador. Ele diz, "Amanhã serei presidente de todos os chilenos". Mas será?

Devido a um terceiro candidato, o independente, Marco Enriquez-Ominami, mais conhecido como MEO, ter tomado uma parte importante dos votos no primeiro turno, apostando em mudanças mais drásticas na política e ao se dissociar com seu partido da Concertación, existe clima de tensão em relação a decisão final deste domigo.

Este candidato obteve apoio crucial de vários eleitores, principalmente jovens porém, e apesar de ter superado as expectativas de votos, não foi suficiente para mobilizar mais intensamente a camada jovem da população, geralmente desinteressada com a política, para ação. No entanto, sua participação foi crucial e seu votos agora são um fator determinante no resultado final.

O candidato Piñera, poderá beneficiar-se dos votos nulos e brancos (provenientes em grande parte dos eleitores que apoiavam MEO) já que este liderava no primeiro turno. Mas, lógicamente, boa parte dos votos de MEO e um outro candidato de esquerda, Jorge Arrate, irão ao candidato atual da Concertación, Eduardo Frei.

Por isso, o segundo turno de hoje promete ser um dos mais concorridos e emocionantes nas eleições do Chile dos últimos tempos. Se de um lado ganhar Frei, o país continuará provavelmente sem grandes mudanças estruturais na política do partido mas continuará no caminho certo ao continuar a base social que Bachelet começou. Se de outro ganhar Piñera, mudanças na política serão inevitáveis, e provavelmente boas para o país, mas há incerteza que a base social criada por Bachelet terá a continuidade que necessita para ter sucesso.

Porém, e e apesar de todas as possíveis diferenças entre os candidatos, a política econômica aparentemente não sofrerá grandes mudanças, de acordo com especialistas. Exatamente, no entanto, é impossível prever o que irá acontecer no terreno econômico, social ou político, mas qualquer que seja o presidente eleito hoje este deve levar em consideração as desigualdades sociais que ainda hoje assolam o país e buscar-se soluções que realmente levarão o país a sair da condição atual que vive: de terceiro mundo.

Geralmente se elogia muito o Chile por vários motivos e com muita razão, mas o fato é que se não houver real diminuição da desigualdade qualquer avanço será mera ilusão e no fim o grande vencedor não será o povo, que é o que se espera desta ou qualquer outra eleição.

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Wednesday, December 30, 2009

Killing for love - Kidnapping for love - Sean Goldman's case. By Bernadete Holveri

Matar por amor - Sequestrar por amor - Caso Sean Goldman. Por Bernadete Holveri

Este artigo feito pela jornalista e roteirista Bernadete Holveri, pode ser encontrado no blog Bola do Tempo, que foi publicado ontem.

Posto a seguir um trecho do artigo e logo após sua tradução ao inglês.
No dia 30 de dezembro de 1976, Evandro Lins e Silva, então com 64 anos, Advogado, Jurista, ministro do Supremo Tribunal Federal de 1963 a 1969, ocupante da cadeira de nº 1 da Academia Brasileira de Letras, acabava de usar a expressão que assombrou muitas mulheres: “legítima defesa da honra”, na defesa de Doca Street, um playboy carioca que assassinou com 4 tiros Angela Diniz, na casa desta em Búzios. Dr. Lins e Silva conseguiu para Doca Street a pena de dois anos com “sursis”, ou seja, em liberdade. Ele provou ao juri que a culpa não era de Doca Street e sim da vítima por ser ela, nas palavras do Advogado e Jurista, uma - "mulher fatal",e este era Doca Street em suas palavras - "Quando a boa índole do criminoso, o seu passado honesto, a qualidade moral e social dos motivos e a forma apenas violenta da execução do crime, seguida de manifestações de arrependimento ou de remorso, mostrarem que o mesmo crime - passional ou emotivo - foi um triste e doloroso episódio na vida normal do criminoso, não há razão para lhe ser aplicada alguma pena, ainda mesmo que não desonrosa. Toda repressão seria inútil e, como tal, iníqua.", ou seja, o homem pode “matar por amor”. (ver http://tinyurl.com/yauk2et ) (....)
Para ler o artigo na íntegra, clique aqui. To read the full article in Portuguese, click here.

Em inglês (In English):
On December 30, 1976, Evandro Lins e Silva, then 64 years old, Lawyer, Jurist, Minister of the Supreme Court from 1963 to 1969, chair member number 1 of the Brazilian Academy of Literature, had just used the expression that haunted many women, "legitimate defense of honor", in defense of Dock Street, a playboy from Rio who murdered with 4 shots Angela Diniz, in her house in Búzios. Dr. Lins e Silva managed to get Dock Street a two year probation with "sursis ", that is, in freedom. He proved to the jury that the fault was not Dock's, but the victim because she was, in the words of lawyer and jurist, a - "femme fatale", and that Dock Street was, again, in his own words - "When the good nature of the criminal, his honest past, the social and moral quality of motives and just the violent way of executing a crime, it is followed by expressions of regret or remorse, showing that the same crime - passionate or emotional - was a sad and painful episode in the normal life of the criminal, there is no reason to apply any punishment, even if dishonorable. Any prosecution would be futile and, as such, unjust. " in other words, man can "kill for love." (see http://tinyurl.com/yauk2et )

Years later one of his descendants, João Paulo Lins e Silva, found the right to kidnap Sean Goldman, also for love. He was married to the boy's mother, who died, and basically took the son of his real father, the American David Goldman, and in a relationship very well known, the Stockholm syndrome, tried to make the boy call him father and wrote for all to see that it was he who was in charge of the boy. View http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/dizventura/texto.asp The real father, fighting in the American and Brazilian justice for those 4 ½ years, having to collect money for donations to be able to pay the court costs for he is a common American citizen, without inheritance from father or grandfather, to take his son back, suffered from missing his kid and was exposed by the Brazilian colonized Media, especially in Rio, as a vagabond, a scoundrel. Meanwhile Mr. Lins e Silva walk around in Búzios displaying David Goldman's son as his, because for a Lins e Silva, if you paid, is yours. To that lawyer, grandson of a minister of the Supreme Court, justice is in your hands. He managed to divorce the wife without Goldman's knowledge. She was divorced in Brazil and not in the United States, and our justice gave him custody of the boy Sean Goldman.

He justifies himself: "Immediately after the death of my beloved wife, I went to court to request the temporary custody of Sean, who has looked after by me and with whom I maintained a relationship father - son for over 4 years. I received temporary custody of consent by the State Public Ministry in my favor. "

Of course, the judges had all been students of his grandfather.


A Brazilian court has acted this way for a long time. It is the great power in Brazil. They all bend their knees to the judiciary. We got to the point where the Supreme Court overturn the Press Law, making the free press in a month and keeping censorship to a leading newspaper in Brazil, in Sao Paulo, the following month.

Until when we will allow this?

What shocked me most in Sean Goldman's case was the Media defending the husband's of the dead mother of the boy, even though the Hague Convention is to ensure that these cases do not happen, so that children are not kidnapped from their parents and their countries. The boy is American, born in the United States and was kept here for 4 ½ years without the father's consent because the boy's mother was a successful businesswoman in Rio, and married to a Lins e Silva.

The press made a fool of itself in Sean Goldman's case. Turned public opinion against the boy's father because he's a regular guy and the husband of her dead mother is a wealthy 'carioca' (from Rio) well connected in the judiciary and grandson of a lawyer who considered Angela Diniz guilty for having been killed by Dock Street. The daughter of Angela Diniz, then 12, was the one who suffered most from the death of the mother. I imagine the anger she must have for the lawyer that acquitted the murderer of his mother.

Sean Goldman will grow and become a man. I wonder what he will feel to have been used by unscrupulous people without sense of justice.

This is the Brazil we live in. It seems we are in the 19th century. The ignorance here is what makes us think of patriotic disaffection.

BSHolveri

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Tuesday, December 22, 2009

Christmas miracle: a father & son together, at last.

Milagre natalino: pai e filhos juntos enfim.

Foto do Jornal o Estado de São Paulo, 24 de dezembro de 2009. Facilitada por um membro do BringSeanHome.org site.

Actions speak louder than words. Uma foto, com certeza, vale mais que mil palavras!

Na imagem acima, você vê imagem de pai e filho embarcando junto. Enquanto o pai acena feliz, o filho o segue sem nenhuma evidência de conflito ou luta.

Final Feliz! Feliz Natal!!!

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